Para aqueles que não sabem o que
é a NRF, ela é simplesmente a MAIOR convenção do varejo de todo o mundo, um
verdadeiro SHOW, em todos os sentidos.
Então resolvi escrever um pouco
do que penso sobre a NRF, sobre a participação dos “convencionais”
(principalmente os brasileiros), um pouco dos impactos desejados no nosso
mercado e algumas das razões pelas quais, na minha humilde opinião, ainda
estamos MUITO atrasados quando o assunto é varejo, novidades, qualidade de
oferta, atendimento e experiência do cliente.
A NRF é animal, fantástica, uma
verdadeira enxurrada de bons exemplos, de boas idéias, de tendências para hoje
e para os anos que virão. Uma oportunidade ANUAL de saber o que está
acontecendo no mundo, conversar “cara a cara” com outros players e assim fazer ou
iniciar um processo de benchmarking, construir e manter relacionamentos, mas
prioritariamente voltar com a bagagem cheia de novidades para serem implantadas
com foco total no cliente.
Pena que isso não acontece da
forma que deveria. Os nossos empresários, gestores, formadores de opinião vão
ano a ano e voltam com poucas novidades, poucas inovações, poucas ações
voltadas ao cliente...
E assim continuamos a viver no
atraso, nós clientes continuamos sendo tratados como GADO.
Talvez a razão principal para
todo este nosso atraso sejamos NÓS MESMOS, clientes e cidadãos brasileiros. Um
povo que não exige quase nada, que se contenta com pouco, que tem pouco
esclarecimento, que parece “mulher de malandro” comprando e sendo cliente de
empresas que tanto massacram e “mal-atendem” seus consumidores. Somos um povo
PASSIVO, que não luta pelos seus DIREITOS e, por quê não dizer, ignorante.
Uma outra razão, talvez seja o DESINTERESSE
real daqueles que poderiam fazer a diferença (donos de empresa, gestores de
empresas), que poderíamos aqui definir como “Convencionais” – aqueles que estão
em New York agora mesmo, assistindo às excelentes palestras (alguns MUITOS não
estão lá na plenária, pois devem estar se curando da ressaca da balada da noite
de ontem, devidamente postada em suas páginas de redes sociais; outros devem
estar na Times Square curtindo o lindo visual ou no Soho fazendo compras,
talvez os principais objetivos principais de suas viagens. Alguns outros estão
com suas famílias, fazendo um belo passeio no entorno de Manhattan para
apreciar a cidade vista por um ângulo diferente e visitando a Estátua da
Liberdade. Outros tantos devem estar, neste momento, no Empire State ou no “Top
of the Rock”, curtindo o visual de Manhattan.
Os pseudo esforços de empresas em
“cultivar relacionamento” também são responsáveis (?) por isso. A empresa “X”
convida (PAGA) a passagem e hospedagem e inscrição para um cliente importante E
SEUS ACOMPANHANTES, sem se incomodar em saber que alguns deles NÃO ESTARÃO EM
10% DO EVENTO. Dinheiro literalmente “jogado fora”, ainda que eles PENSEM estar
“blindando” aquele cliente ou fortalecendo seu relacionamento com o mesmo. Será
que este “mimo” é REALMENTE necessário ? Tenho certeza de que todos estes, ou sua
maioria, podem facilmente arcar com todos os custos de uma viagem e evento como
este. Ou ele só está indo porquê algum “parceiro” pagou as suas despesas ???
VALE PENSAR !!!
Enquanto isso, os “pobres mortais”
continuam frequentando lojas MAL ARRUMADAS, SUJAS, SEM NOVIDADES, COM PRODUTOS
DE MÁ QUALIDADE, com um PÉSSIMO ATENDIMENTO e SEM QUALQUER AÇÃO PRÓ-CLIENTE. Sem querer generalizar, mas temos isso em LARGA ESCALA neste nosso Brasil.
E então continuamos com o sonho
(?) de que possamos, um dia, ter o NOVO em nosso cotidiano, e não o refugo do
mundo. Que tenhamos um ATENDIMENTO DE EXCELÊNCIA, e não um atendimento PATÉTICO
como o que vemos hoje. Que possamos ser PRIMEIRO MUNDO, e não QUINTO MUNDO como
somos atualmente, quando falamos inclusive do varejo.
O evento NRF deveria ser um “divisor
de águas anual” para nosso mercado varejista, e deveria SIM ter relação direta
com nossas vidas enquanto consumidores, o que ainda não acontece.
Deveríamos ter a certeza e a
clareza de que NRF significaria MUDANÇA e EVOLUÇÃO, mas o que vemos hoje – pelo
menos no Brasl – é que a NRF nada mais é do que um “motivo” para levarmos
nosso R$ para consumir na terra do Tio Sam, um “motivo” para que possamos assistir
à belíssimas peças na Broadway, um “motivo” para emendarmos a viagem a New York
com uma outra para Orlando e Miami, ou mesmo outra cidade para que visitemos
amigos ou parentes.
Então, termino com o título deste
texto e pergunto : NRF e você, realmente tem tudo a ver ???
Acho que ainda não. E você ?
Realmente George, ainda estamos muitos distantes da aplicação do que se vê num evento deste porte. Nossos empresários falam muito em encantar e satisfazer os clientes, mas pouco fazem para colocar isso em prática. Ou alguém lembra de algum experiência no varejo que promoveu encantamento?
ResponderExcluirEm especial nas grandes redes isso não acontece.Muito pelo contrário: filas enormes, atendentes com baixa qualificação, produtos sem preços e muitos outros aspectos corroboram com esta opinião.
Espero que um dia possamos, de fato, ter no Brasil algumas destas experiências de fora aplicadas e gerando valor para os clientes. Tomara!!!
Muito bem colocado, isto acontece em varias situações, é uma pena que o que os olhos vêem nao se transformam em atitude.
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