Na semana passada todos ficaram chocados com a tragédia ocorrida em Oruro na Bolívia no jogo entre o time da casa, o San José, e o Corinthians, que culminou com a morte do jovem Kevin Espada.
Muita coisa já foi dita nestes últimos dias e depois de muita discussão e debates, resolvi colocar o bedelho neste assunto, afinal o SOBRE TUDO FUTEBOL CLUBE não poderia ficar sem opinião neste caso.
Quem acompanha a Taça Libertadores da América há muitos anos, já se acostumou a ver os mais diversos absurdos dentro de um estádio de futebol e este último, por certo, foi o mais trágico de todos.
Como resposta, a Confederação Sul Americana de Futebol (CONMEBOL), historicamente omissa em casos de violência, resolveu punir o Corinthians proibindo a presença da torcida em todos os jogos que a equipe paulista atuar como mandante até o final da competição.
É aí que surgem os questionamentos:
1. O clube de futebol deve ser punido pelas atitudes de seus torcedores?
2. Será que neste caso somente o Corinthians deveria ser punido?
3. A CONMEBOL, como organizadora da competição, não deve ser responsável por tudo que acontece nos estádios?
4. E o San José, na qualidade de mandante da partida, também não foi omisso em relação a segurança do estádio?
5. Se os sinalizadores e demais fogos de artifício são proibidos pelo regulamento geral de competições da FIFA, entidade maior do futebol mundial, por que continuam sendo utilizados no Brasil e demais países da América do Sul?
Infelizmente, somente após tragédias como esta é que as pessoas que comandam nosso futebol param para repensar uma série de coisas em relação a segurança dos estádios de futebol.
Se serve de alento, pela primeira vez vi a CONMEBOL tomar alguma atitude e punir um clube pelo mal comportamente de sua torcida. Mas somente isso não é suficiente.
É preciso que cada uma das partes que faz este espetáculo que é o futebol assuma sua responsabilidade e possamos frear esta onda de violência que não condiz com a beleza do esporte.
Na qualidade de torcedor e amante do futebol, confesso que estou de saco cheio de episódios como este, em sua maior parte, protagonizados por marginais que se infiltram nas torcidas organizadas.
Este é um momento perfeito para que se discuta o que pode ser feito para mudarmos este quadro. Não se pode perder esta oportunidade de combatermos a violência com mais rigor e medidas muito mais enérgicas do que as que vem sendo adotadas, sejam elas contra clubes, torcedores ou até mesmo confederações.
Que a morte do jovem Kevin Espada, que foi pela primeira vez a um estádio ver seu time de coração, seja a última e sirva como divisor de águas para novos tempos no futebol da América do Sul.