Um dias após mais um fiasco tricolor ante seu maior rival, o que mais se comenta a respeito do jogo é a "chuva" de caxirolas atiradas por parte da torcida do Bahia no gramado da Arena Fonte Nova.
Exagero
da imprensa? Sensacionalismo? Talvez! Fato é que este instrumento
idealizado pelo músico Carlinhos Brown e inspirado no tradicional
caxixi, roubou a cena no BAVI.
Antes de mais nada, quero deixar
claro que repudio qualquer ato deste tipo nos estádios. Sou totalmente
contrário ao lançamento de qualquer objeto no campo de jogo e entendo
que, independente do time que cada um de nós torça, os responsáveis por
isso precisam ser punidos.
Entretanto, é importante refletirmos,
também, sobre a proporção que esta situação ganhou. A imprensa de modo
geral criticou veementemente a atitude dos torcedores que promoveram
este ato de falta de educação.
Como escrevi anteriormente,
concordo que este é um fato lastimável. Minha indignação é em relação a
dimensão que o fato tomou. As criticas à torcida tricolor tem sido
bastante contundentes.
O que me chama atenção é que alguns dias
atrás, na mesma Fonte Nova e justamente num BAVI que inaugurava a arena,
foram quebradas nada mais nada menos que 21 cadeiras, sendo que 19
delas no setor em que se concentrava a torcida do rival.
Por que
não vimos à época a mesma veemência nas críticas a este ato de
vandalismo? Porque não houve tanto destaque da imprensa a esta atitude
da torcida rival? Depredar um equipamento de interesse público é menos
grave que atirar caxirolas no gramado?
Por que
vemos a imprensa de maneira ácida criticar o torcedor tricolor e não
vemos a mesma acidez e contundência para criticar os dirigentes do
clube? É muito fácil criticar a torcida de maneira genérica...quero ver
ter coragem de trazer à tona o que acontece nos bastidores do Bahia e
adotar a mesma postura crítica em relação a MGF e afins.
Deixando
de lado as caxirolas e comentando um pouco sobre o jogo, vi mais uma vez
um time perdido em campo. O Bahia foi dominado pelo rival e não teve
competência para sequer empatar o jogo.
Com o perdão do trocadilho infame, o Bahia jogou uma "talisca"
de futebol. E jogou isso graças ao menino Anderson, que carrega consigo
esta alcunha. Não fosse por ele (melhor em campo em minha opinião),
talvez o resultado fosse ainda pior.
Escalado na "fogueira" por Joel Santana, Talisca mostrou
que tem qualidade e acima de tudo muita personalidade. Não só ele como
Ryder. Os dois foram os que mais mostraram vontade no time. Coincidência
ou não, ambos são da base anteriormente não aproveitada pelo treinador.
Engraçado
é que Joel havia afirmado que não estava escalando os "meninos" para
não queimá-los. Aí, justamente num BAVI, ele vai e coloca os dois para
jogar. Por que isso? Alguma hipótese?
Não vou ficar em cima do
muro. Em minha opinião ele colocou os garotos da base para mostrar à
torcida e imprensa que eles ainda não tinham condição de serem
titulares. Ele quis queimar os meninos. Se deu mal! Os dois se saíram
relativamente bem, mas o resto do time não ajuda.
E entre caxirolas e "taliscas"
mais uma vez o Bahia foi derrotado. E o mais irônico disso tudo é que
mesmo com esta campanha pífia no Campeonato Baiano, o tricolor pode ser
campeão com apenas mais dois triunfos (um na semi e outro na final).
É
esta a esperança de MGF. Afinal poderá se orgulhar de ser campeão
baiano com apenas três triunfos e escreverá novos textos se vangloriando
de mais este feito grandioso de sua "brilhante" gestão!