Badalado amistoso internacional, visando "internacionalizar" a marca, se aproximar do mercado de futebol que mais cresce no mundo, num jogo em que nada valia, em que nada se ganhava financeiramente. Nada.
O panorama era adverso, sabemos. Time misto, estádio do adversário, campo com piso sintético, clima bastante diferente, fuso horário, cansaço de viagem, inexistência de tempo de adaptação ao novo cenário. Sim, inúmeras dificuldades. Mas nada que já não tenha acontecido com outras agremiações em outros momentos, em outros lugares.
Começou o jogo, e em um momento de excelentes toques de bola envolvendo o adversário, o time abriu o placar. Então, logo se criou uma expectativa de que a partida seria favorável.
Ledo engano.
O que se viu após este lance foi o une adversário dominando as ações, pressionando a saída de bola, sufocando o meio campo adversário, trocando passes precisos e de forma controlada, organizado taticamente - apesar de sua clara limitação técnica - e com um esquema bem ajustado, com jogadas bem treinadas e ensaiadas, dignas de um clube profissional. Profissional mesmo. E logo houve o empate. Depois a virada, outro gol, outro gol....até que se completassem 6 gola do time da casa.
Sim, este foi o panorama do jogo Orlando City 6 x 1 Bahia. Ambos times que jogam as segunda divisão em seu país.
Ficaram claras diversas questões para o torcedor tricolor nesta partida, que ao meu ver servem de alerta e lição para o presente e para o futuro.
Listo aqui 10.
1. O time tem que ter um DONO. E para o DONO, o "negócio futebol" se traduz em time bom, resultados bons, torcida presente no estádio, lucro financeiro. A mentalidade de negócio cria uma atmosfera de maior competitividade, sem paixões burras e irracionais.
2. Por mais que se tente negar, o fato de se possuir um estádio próprio faz sim MUITA diferença, positivamente falando.
3. Foi o primeiro time organizado e "profissional" que o Bahia enfrentou em 2016, e então se demonstrou toda a fragilidade do seu sistema (defensivo, de criação, ofensivo, técnico, tático, físico).
4. O futebol atual é feito de NÚMEROS, ESTATÍSTICAS, de MUITO ESTUDO DO ADVERSÁRIO. Não foi sem "estudar", não foi obra do acaso os 6-1 da noite passada.
5. Em toda a minha vida, eu NUNCA havia visto um zagueiro fazer 4 gola numa só partida. Nunca havia visto um time levar 4 gols de bola aérea. Isto preocupa, pois demonstra uma fragilidade inimaginável do atual sistema defensivo do time.
6. O clube precisa de reforços...mas não apenas em campo, mas principalmente fora dele.
7. O Campeonato Baiano não pode servir de parâmetro para a preparação do Bahia.
8. Há de se buscar mais times organizados taticamente, mais profissionalizados, de forma a se dar corpo e forma a um time. Penso que este 6-1 foi o maior presente (?) de 2016, ainda que de gosto amargo. Servirá para que não se crie uma falsa ilusão de "Time 100%", ou de "Campeão Baiano". Precisamos, sim, garantir um time competitivo para a disputa da Série B, capaz de ascender a série A em 2017.
9. Internacionalizar uma marca deve ser feito com RESPONSABILIDADE. Para que uma marca ganhe o mundo com sucesso, deve demonstrar QUALIDADE para que o produto queira ser consumido pelo público local, seja lá onde for.
10. Humildade é necessária em qualquer ocasião, para qualquer pessoa. Do roupeiro do clube ao seu presidente.
Bem, e assim foi a noite de sábado para milhões de torcedores tricolores, que estavam no Brasil. E para aqueles torcedores do Bahia que foram ao Orlando Cítrus Bowl Stadium, literalmente fizeram papel de Pateta na Terra do Mickey.
Foi Flórida.
