sábado, 30 de março de 2013

O PRIMEIRO CAMPEÃO BRASILEIRO

Pensei muito antes de escrever este texto pelo fato de não ter presenciado o tema de nosso post de hoje. Mas o sangue tricolor que corre em minhas veias pulsou mais forte e não pude resistir: hoje vou falar sobre O PRIMEIRO TIME CAMPEÃO BRASILEIRO DE FUTEBOL!

Isso aconteceu há muito tempo atrás (29/03/2013 fez 53 anos), nem por isso os tricolores mais fervorosos, como eu, esquecem desta conquista, mesmo sem tê-la visto. Era o ano de 1959 e a antiga CBD (Conferderação Brasileira de Desportos) criou um torneio denominado de Taça Brasil, que indicaria o primeiro representante brasileiro a participar da recém criada Taça Libertadores da América do ano seguinte.


Neste torneio foram reunidos os 16 principais campeões estaduais do Brasil, em jogos eliminatórios (estilo "mata-mata" da atual Copa do Brasil) e de forma regionalizada. Participaram da competição Bahia, Santos, Grêmio, Vasco, Sport, Atléticos Mineiro e Paranaense, dentre outros. 

Na final, realizada somente em 1960, o tricolor baiano sagrou-se campeão brasileiro pela primeira vez! Detalhe, venceu o Santos de Pelé e cia na final. Para quem não era nascido nesta época, vale a pena mostrar o caminho até esta conquista.

A estreia se deu contra o CSA de Alagoas em Maceió e o Esquadrão mostrou sua força vencendo por 5 x 0. No jogo de volta um triunfo por 2 x 0 classificou o tricolor para a próxima fase contra o Ceará. Foram três jogos para definir quem seria o representante do Nordeste na fase seguinte (nesta época o Sport/PE jogou no grupo da Região Norte). 

Os dois primeiros terminaram empatados em 0 x 0 e 2 x 2;  já no terceiro jogo na Fonte Nova o Bahia levou a melhor e derrotou os cearenses por 2 x 1. Campeão do Grupo do Nordeste, o Tricolor de Aço jogaria a fase seguinte contra o campeão da Região Norte, justamente o Sport.

Uma disputa acirradíssima!! O Bahia venceu a primeira na Fonte Nova por 3 x 2 e na partida de volta os pernambucanos aplicaram o famoso sapeca ia iá na equipe baiana: 6 x 0. Como não havia vantagem em relação a saldo de gols, houve a necessidade de um terceiro jogo, disputado novamente na Ilha do Retiro. 

Reza a lenda (os mais mais antigos podem confirmar), que antes do terceiro jogo o Bahia foi treinar na Ilha do Retiro e o placar continuava estampando o resultado do jogo anterior. Isso mexeu com os brios do tricolor, que contrariando todas as previsões derrotou o rival por 2 x 0 e foi para a semifinal contra o Vasco.

Novamente foram necessários três jogos, já que o tricolor venceu no Maracanã por 1 x 0 e perdeu na Fonte Nova por 2 x 1. Na negra, disputada em Salvador, deu Bahia. O Esquadrão estava credenciado a disputar a final contra o maior time do Brasil naquela época: o Santos de Pelé!

O primeiro jogo foi na Vila Belmiro e o tricolor, habituado a vencer fora de casa, não se intimidou com a força do time de Pelé, Manga, Coutinho, Zito, Pepe e outras feras. Resultado: 3 x 2 com exibição de gala de Alencar, responsável por dois gols.
 
A festa estava pronta para a conquista do título no jogo de volta na Fonte Nova, mas o alvinegro praiano mostrou sua força e com gols de Coutinho e Pelé derrotou o Esquadrão. Com isso, mais uma vez haveria a necessidade de um terceiro e decisivo jogo, que deveria ser disputado em campo neutro. 

Como já era final de 1959 e o Santos já tinha agendado uma excursão pela Europa no início de 1960, esta partida ficou programada para o retorno do Santos ao Brasil, o que só aconteceria em março. Enquanto o time de Pelé excursionava, o Bahia foi para a Ilha de Itaparica se preparar para a finalíssima. Foram dois meses de intensos treinos físicos e técnicos. 

Foi então que em 29/03/1960, no maior do mundo, o Maracanã, que Bahia e Santos decidiram aquela competição iniciada no ano anterior. E aí ficou evidente o bem que aquele tempo de preparação fez à equipe tricolor.

O Bahia deu um show e venceu o Santos por 3 x 1 conquistando O PRIMEIRO CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL! E para quem viu aquele time não há dúvidas em afirmar que foi um dos maiores que o Bahia já teve. 


Um timaço com Nadinho, Leone, Vicente, Henrique, Beto, Flávio, Bombeiro, Marito, Alencar, Léo, Biriba, etc. Eu não era nascido. Contudo, para quem viu o filme Bahêa Minha Vida não tem como não lembrar daquela cena em que vários destes craques se encontram para relembrar esta conquista. 

As histórias são deliciosas e acima de tudo fica evidente o amor que eles tinham em defender as cores do Bahia. Uma pena que grande parte destes herois já foi para o andar de cima! Uma pena que eles não sejam eternos para nos contar suas histórias e continuarem a ser idolatrados pela imensa nação tricolor.

Uma pena ainda maior é não ver sequer uma ação de marketing da atual diretoria para manter viva a memória desta conquista. Foi por isso, torcedor tricolor, que fiz este texto. Para manter viva a lembrança de nossa primeira estrela e para que possamos passar às gerações futuras, assim como nossos pais fizeram conosco, esta imensa paixão que é o Bahia! 

Quem viu este time, por gentileza comente o post para que os mais jovens possam ter a dimensão do que esta equipe representou em nossa história!

E viva os herois de 1959!!!! E viva um tempo em que jogar por amor era o mais importante!!!

sexta-feira, 29 de março de 2013

A MINHA SELEÇÃO DO BAHIA EM TODOS OS TEMPOS



Hoje, nesta sexta-feira Santa, 29/03/2013, a minha amada cidade de Salvador completou 464 anos (se meus cálculos estiverem corretos). Minha Salvador, a primeira capital do Brasil.

E neste mesmo dia, há exatos 53 anos atrás (se meus cálculos estiverem corretos), o meu amado Esporte Clube Bahia venceu o Santos futebol Clube, por 3x1, se sagrando Campeão da Taça Brasil, reconhecidamente a competição nacional da época. Meu Bahia, o primeiro campeão brasileiro de futebol profissional.

Meu Bahia, primeiro representante brasileiro numa edição da Taça Libertadores da América.

Depois disso, o Bahia continuou em evidência no cenário nacional, sendo vice campeão da mesma Taça Brasil em 1961 e 1963, perdendo por duas vezes para o Santos, o mesmo de quem vencera no campeonato de 1959.

Não fui testemunha desta época de sucesso do Bahia, mas vivenciei um outro excelente período, onde fomos igualmente campeões brasileiros, no campeonato de 1988, participamos da libertadores, fizemos sempre bom papel nas competições oficiais, inclusive nas competições estaduais onde fomos quase que absolutos.

E, para homenagear o meu, o seu, o nosso Bahia no dia de hoje, resolvi escalar aqui a minha seleção, com os melhores jogadores do Bahia de todos os tempos. Vi muitos jogarem, ouvi falar de tantos outros, mas só posso escalar 11 . Mas, para facilitar a vida de outros tantos, vou escalar um banco de reservas com mais 8 que, para mim, teriam que estar sempre a postos para uma substituição estratégica num dado jogo.

Vi goleiros como Jean, Renato, Roberto Bahia, Ronaldo Passos, Sidmar, Rogério, Emerson e atualmente Marcelo Lomba. Não temos mais do que duas vagas, então convoco para a minha relação Jean e Ronaldo Passos.

Dentre os laterais direitos que eu tive o prazer de ver jogar estão Zanata, Daniel Alves, Mailson, Clebson (Itiubinha) e o querido Edinho Jacaré (me xinguem se quiserem, mas ele foi o cara). Que me desculpe o “galáctico” Dani Alves, mas Zanata foi o melhor de todos. E Edinho Jacaré, por sua versatilidade, vai também convocado.

Meus zagueiros observados foram muitos, Estevam, Pereira, Celso, Claudir, João Marcelo, Fabão, e até mesmo o atual xerife Titi. E minha dupla de zaga vai ser formada por João Marcelo e Claudir, tendo Pereira como zagueiro para compor o grupo.

Sempre foi uma posição complicada a de lateral esquerdo, tanto que as minhas boas memórias me trazem apenas Paulo Robson, Ávine, Dodô e Serginho (que Joel Santana trouxe, e depois foi parar “apenas” no Milan). Dentre estas três lembranças, mesmo eu gostando muito do garoto Ávine, tenho que me curvar a um jogador mais eficiente chamado Serginho.

O meio campo, esse sim foi um “campo fértil”, onde tivemos volantes fantásticos, meias estupendos, o que tornou difícil a escolha. E aí me vem à lembrança Paulo Rodrigues, Paulo Martins, Gil Sergipano, Lima, Bobô, Léo Oliveira, Eliseu Godói (que eu NÃO VI JOGAR), Fito, Douglas, Toninho Taino, Emo, Marinho Apolônio, Luiz Henrique, Jorge Wagner, Zé Carlos, Robert, Leandro, Marquinhos, Ueslei (sim, quando ele surgiu jogava no meio campo), Arthurzinho...são muitos...mas na seleção não cabem todos. Tenho então que definir meu quarteto. Paulo Rodrigues, Gil Sergipano, Bobô e Zé Carlos formam o quarteto principal, enquanto Ueslei e Marinho Apolônio vão para o banco de reservas, para qualquer necessidade.

O ataque...ah o ataque tricolor, repleto de bons nomes, Beijoca, Osni, Jésum, Charles, Marquinhos, Marcelo Ramos, Gabriel (sim, o garoto recém vendido para o Flamengo, numa negociação nebulosa), Jóbson (o maluco beleza), Guga (um que veio do Santos), Nonato, Robgol, Cláudio Adão, Dadá Maravilha, Raudinei...e tantos outros, que eu fico triste de não poder relacioná-los aqui. Tive que queimar as pestanas prá escolher, mas escolhi uma dupla de ataque com Osni e Beijoca. Mas carrego comigo Marcelo Ramos, Charles e Cláudio Adão para compor o grupo.

E o treinador ? Ah, vocês podem falar sobre o “mestre” Evaristo de Macedo o que quiserem, mas seria ele o comandante de minha seleção.

Então, num 4-4-2 (na verdade um 4-3-3 disfarçado de 4-4-2), minha seleção seria escalada assim :
1. Jean
2. Zanata
3. João Marcelo
4. Claudir
6. Serginho
5. Paulo Rodrigues
11. Gil Sergipano
8. Bobô
10. Zé Carlos
7. Osni
9. Beijoca

Banco de Reservas
12. Ronaldo Passos
13. Edinho Jacaré
14. Pereira
15. Ueslei
16. Marinho Apolônio
17. Marcelo Ramos
18. Charles
19. Cláudio Adão

Técnico – Evaristo de Macedo

Sei que muitos de vocês irão discordar, pois cada um tem um gosto e uma visão, mas busquei escolher aqueles que eu vi jogar, aqueles que mais demonstraram valor vestindo a camisa tricolor em cada uma de suas posições.

E, nesta dia de comemoração dos 53 anos da conquista da I Taça Brasil, fica a torcida de que tenhamos um time com a qualidade desta seleção que escolhi, ou superior, para que o nosso Bahia possa voltar a vencer competições nacionais, nos enchendo mais ainda de orgulho e alegrias.

Enfim, esta foi a minha seleção. Qual é a sua ?

quarta-feira, 27 de março de 2013

CADÊ A EDUCAÇÃO?

Nos últimos anos venho percebendo um fenômeno que considero extremamente preocupante e que vale muito a reflexão de todos nós enquanto membros de uma sociedade dita civilizada: a falta de educação das pessoas.


Falta de educação esta que acontece em qualquer lugar, independente de classe social, crença, cor da pele e qualquer outra característica que no seu entender seja relevante.

Este fato pode ser constatado desde o simples bom dia ao seu vizinho na entrada do elevador tendo como resposta um silêncio sepulcral até mesmo as atrocidades vistas no trânsito em que ninguém respeita ninguém.
 
Confesso que não consigo encontrar justificativas para determinadas atitudes, bem como não entendo o que leva as pessoas a se comportarem de maneira tão inadequada. Certo mesmo é que a educação parece estar em extinção no Brasil.

Cresci ouvindo de meus pais sobre a importância de se tratar todas as pessoas com respeito, bem como sempre me orientaram a utilizar algumas palavrinhas mágicas nas relações humanas: POR FAVOR; OBRIGADO; COM LICENÇA; etc.

Sempre procurei seguir à risca estes princípios, mas tenho percebido que algumas pessoas talvez não tenham tido este tipo de educação enquanto crianças ou se tiveram, simplesmente resolveram negligenciar estes indispensáveis ensinamentos.

Prova corriqueira do que estou falando é o cumprimento quando se chega a algum lugar. Quantas vezes, você, caro leitor, já deu BOM DIA, BOA TARDE ou BOA NOITE e ficou no ar, sem nenhuma resposta do outro?

Já perdi as contas de quantas vezes isso aconteceu comigo. E por diversas destas vezes pensei em não mais cumprimentar as pessoas. Contudo, nunca o fiz. Jamais deixo de cumprimentar e de ser educado. 

Por que isso? Porque no meu entender se eu parar de fazer isso, estarei me tornando igual a estas pessoas que não tem educação. Se cumprimento e as pessoas não respondem, azar o delas. O meu modo de ser não pode sucumbir por conta das atitudes dos outros.

O mesmo vale para os que se acham espertinhos demais. Quantas vezes você está numa fila, esperando por minutos e uma destas espécies (tecnicamente nomeados de Discaradus Espertus) passa na frente sob a alegação de que quer apenas uma informação?

Ora, cara pálida, todos estão naquela fila justamente para obter informação. Seu tempo é mais valioso que o dos demais? O pior é que ainda passam na frente sem sequer pedir licença.

Outro lugar onde a falta de educação impera é no trânsito. Parece que as pessoas estão dentro de seus carros competindo com todas as demais que estão à sua volta: não permitem que outro carro acesse a via, não deixam que o pedestre atravesse na faixa, não permitem que o motorista ao lado que vem sinalizando a 1 km entre em sua frente, dentre tantas outras situações que levariam linhas e mais linhas para serem descritas.


O mais grave disso tudo e o que me causa ainda mais espanto é a reação das pessoas quando somos educados. Ou você vai me dizer que nunca viu a cara do garçom quando você agradece por ele ter servido a cerveja em seu copo ou ter trazido o seu pedido? Muitas vezes eles ficam boquiabertos com sua reação educada.

Outro exemplo clássico é quando se dá passagem para outro carro. Quantas vezes você faz isso e o outro motorista titubeia e fica sem acreditar que alguém permitiu que ele passasse?

Mas o pior não é isso! Você deixa ele passar e não vê sequer um gesto de agradecimento pela sua atitude. Isso comprova que as pessoas não estão acostumadas com gente educada e que, talvez por isso, não saibam nem como reagir.

A verdade é que existem inúmeras situações onde fica evidente que a falta de educação está prevalecendo nas relações humanas. Não existe mais respeito com o próximo e mais grave ainda, muita gente esta se acostumando e sendo vencida por esta horda de mal educados.

Não podemos permitir isso. Precisamos continuar sendo educados e precisamos exigir dos outros um mínimo de educação possível. 

Do contrário, esta dita sociedade civilizada se tornará um lugar insuportável para se viver, onde os que tem educação serão minoria e o caos nas relações humanas irá imperar.


terça-feira, 26 de março de 2013

IMAGINA NA COPA


Faltando poucos meses para a Copa das Confederações, e pouco mais de um ano para a Copa do Mundo, me deparei - na noite de ontem - com uma notícia que me fez rir, pra não chorar. A notícia tratava das "proibições" a serem impostas durante a Copa do Mundo, pela FIFA. Tudo partindo um grande contrato firmado entre o Brasil (seja através de Governo Federal, CBF, ou quem quer que seja) e a FIFA. Um grande negócio. Business.

Ora, por tudo o que tenho lido, visto e percebido, o país "organizador" da Copa vai ser mais do que amordaçado, violentado e escravizado durante estas competições. E, por consequência, seu povo. Serão bilhões investidos, a maioria em estádios de futebol. Pouco, relativamente, em soluções viárias (a sua maioria no entorno dos estádios...e só). Nada, ou quase nada, em estrutura de segurança e saúde. E o legado da Copa, que tanto se propalou durante todos os anos que se sucederam ao anuncio da Copa no Brasil, não será maior do que alguns estádios (a serem explorados pela iniciativa privada). E não nos esqueçamos dos elefantes brancos (Brasília, Cuiabá, Manaus e Natal). Pelo que vejo, a FIFA vai lucrar, as empreiteiras idem, os políticos e empresários vão levar a sua "ponta", e quem vai trabalhar no dia a dia na Copa vai fazer "por amor ao esporte", de forma voluntária (programa de voluntariado da FIFA)...Ah, sei, e o povo vai continuar levando onde sempre levou. São negócios apenas. Business.

Aliado a isto, o que vemos também são obras inacabadas (ou mal acabadas), atrasadas, com risco de não serem concluídas...isso falando de estádios, aeroportos, obras viárias, dentre outros aspectos de infraestrutura para a Copa do Mundo. Perde-se, assim, uma oportunidade ímpar de se construir um país melhor para a sociedade que nele vive, de se estabelecer um marco para a definitiva inserção do Brasil num mundo mais civilizado, com investimento em infraestrutura, em saúde, em segurança, em ligações viárias (seja por terra, por água ou pelo céu) e, principalmente, em educação. Ah, estamos investindo em educação sim, claro...dando aulas de inglês para travestis e prostitutas(pausa para reflexão)...nada contra estas pessoas, mas tudo contra a não preocupação com a grande maioria da população, que não sabe falar nem o português corretamente...Ah, ja sei, o turismo sexual vai agradar aos "gringos" que aqui vem em busca de belas mulatas, que além de deixar suas "doletas" com as "moças de fino trato", devem deixar mais um tantinho nos hotéis e motéis, bares e restaurantes das nossas cidades. Business.


E vamos voltar às grandes piadas chamadas proibições. Eu tentei reunir aqui algumas delas (tendo sido estas revogadas ou não), no intuito de descrever o quanto estamos sendo "forçados" a adotar práticas que não necessariamente se encaixam no nosso perfil comportamental. Ah, sei, temos que adotar um padrão europeu, uma vez que deve ser este o "modelo" de torcedor que a FIFA quer...Business.

Na notícia de ontem, foi divulgado que a FIFA iria proibir o torcedor de gritar, ficar em pé, usar bandeirões, xingar, se embriagar...eu realmente ri pra não chorar. Ate mesmo porque, se a FIFA não quer embriaguez nos jogos da Copa, basta manter as leis atuais que proíbem a venda de bebidas alcoólicas nos jogos em nossos estadios, correto ? Ah, sei...uma grande patrocinadora é a maior fabricante de bebidas do mundo...Business.

Em outras notícias, divulgadas desde que se anunciou a Copa do Mundo no Brasil,  FIFA já “pediu” ao governo que "suspendesse o Código de Defesa, do Consumidor", que não existissem entradas do tipo "meia-entrada", que não fossem vendidos os Acarajés nos estádios....Ah, sei, uma grande patrocinadora é a maior rede de fast food do mundo, e a venda do Acarajé impactaria na venda de seus sanduíches...Business.

Ora, só falta pedir aos brasileiros que falem apenas inglês durante as competições, para que os turistas se sintam bem no Brasil, que emprestemos nossos carros para que eles possam passear em nossas cidades - ja que não temos rede metroviária decente em nosso país -, e talvez até mesmo que saiamos de nossas casas e as emprestemos para os gringos. Tudo bem, fui radical e muito extremista...mas o sentimento é um pouco por aí, de que num evento como este, o país perde um pouco de sua soberania, se submete a regras (muitas vezes ridículas) sem que a maioria da população seja efetivamente beneficiada, ao contrário de uma pequena parcela. Sei que estamos falando de Business, de um negócio que movimenta milhões, bilhões, e que só foi viabilizado após uma serie de concessões, de conchavos e acordos. Não sou contra tudo isso...na verdade não seria contra, caso tivéssemos realmente uma contrapartida de educação, saúde e segurança para a população, um legado real na infraestrutura para que o Brasil pudesse, enfim, seguir um caminho sem escalas rumo ao desenvolvimento, fazendo do Brasil um país realmente de todos, e para todos. Mas, pra que se preocupar tanto, se o povo quer é ver futebol, torcer pelo Brasil, beber cerveja, comer um sanduíche, dançar com uma mulata e comprar a camisa da seleção ? Ah, então prá que se preocupar ? São só negócios. Business.

E assim vamos seguindo, esperando pela Copa do Mundo do Brasil...ops...não podemos chamar a competição desta forma, devemos anunciá-la como "Copa do Mundo FIFA 2014", por força de contrato. E assim seguimos, esperando por novas e mais "interessantes" proibições e exigências, para que possamos realizar a melhor copa da história, como "nunca na história desse pais", onde todos sorriem, ficam felizes, consomem bastante, alguns roubam bastante, e o povo iludido continua sendo enganado, tal qual em Roma, e ludibriado com política do "Pão e Circo". Não há do que se preocupar, são apenas negocios. Business.

Já imaginou como vai ser na Copa ?

segunda-feira, 25 de março de 2013

O 10 E MAIS DEZ?

Após quase dois meses sem vencer (o último triunfo fora em 27/01 ante o Ceará no Castelão), o Bahia retomou o caminho das vitórias e derrotou o Juazeirense na despedida de Pituaçu por 2 x 0. (Veja texto de George Branco sobre o estádio em http://sobretudofc.blogspot.com.br/2013/03/valeu-pituacivis.html).

 
É verdade que o time começou muito mal a partida e foi dominado pela equipe do interior nos primeiros trinta minutos de jogo. Fosse a equipe de Juazeiro um pouco mais qualificada, por certo o tricolor iniciaria a partida perdendo e teria muito trabalho para reverter o placar.

Mais uma vez Marcelo Lomba salvou o Bahia e evitou que o time começasse o jogo atrás do placar. A equipe demonstrou muita ansiedade e os velhos erros de marcação voltaram a acontecer.

Só depois dos trinta minutos a equipe começou a se encontrar em canpo e conseguiu sua primeira finalização com Adriano. Isso mesmo! A primeira finalização do Bahia aconteceu somente aos 32 minutos.

Daí para frente a equipe conseguiu colocar os nervos no lugar e foi justamente aí que começou a surgir o grande nome do jogo: Paulo Rosales.

O argentino apareceu bem em diversos momentos, especialmente com seus passes precisos e enfiadas de bola capazes de desmontar a defesa adversária. E num deste passes em profundidade foi que surgiu o primeiro gol do Bahia com Obina.

Rosales meteu um três dedos na bola e encontrou Obina, que contou com a falha na saída do goleiro para dominar e chutar para abrir o marcador.

Ainda vamos falar um pouco mais de Rosales, mas antes quero fazer uma rápida análise sobre o time. Jorginho mudou o esquema e optou por dois volantes e dois homens de criação.

A defesa continua sem inspirar confiança. Neto continua muito aquém do que pode render e ontem nem nas bolas paradas ele foi bem. Pelo lado esquerdo, a entrada de Magal deu um pouco mais de qualidade, em especial nos cruzamentos. Por duas ou três vezes ele cruzou para os atacantes em boas condições de finalizar.

A dupla de zaga foi muito insegura. Demerson me pareceu totalmente fora de forma e extremamente lento para acompanhar os atacantes do Juazeirense. Titi também não esteve bem e acredito que já é hora de um "chá de banco" para ver se volta melhor.

O meio campo se portou um pouco melhor. Fahel, como de costume, manteve a regularidade e ainda beliscou seu golzinho de cabeça como já vem se tornando rotina. 

Confesso que não entendo o que os treinadores enxergam em Diones. É um jogador que não me agrada, pois não marca bem e não acerta dois passes seguidos. Pior é que entra ano e sai ano ele continua como titular.

Marquinhos começou mal como todo o time, mas cresceu de produção especialmente no segundo tempo. Jogador de velocidade, que trabalha bem com a perna esquerda e aparece muito para o jogo. Tem tudo para se firmar e acredito que tenha ganho a posição de Hélder.

Obina e Adriano parece que vão ganhando a confiança de Jorginho e devem formar a dupla de ataque titular do Bahia. Obina é muito voluntarioso, briga bastante, não se esconde e ainda deve evoluir com o decorrer das partidas.

Adriano é muito rápido e tem uma característica interessantíssima para um atacante de velocidade: já domina buscando se livrar do marcador e partir em direção ao gol. Com certeza vai ajudar muito o tricolor.

Entraram ainda Anderson Talisca, Matheus e Feijão (que nem tocou na bola). O primeiro mostrou muita qualidade na canhotinha e apostou nos chutes de média e longa distância, além de ser o responsável pelo excelente cruzamento para o gol de Fahel.

Matheus entrou porque Obina cansou e teve a chance de marcar num rebote do goleiro depois de bela finalização de Talisca. Por azar, passou um pouquinho da linha da bola e não conseguiu pegar em cheio e estufar as redes. 


O destaque do jogo foi Rosales. Ele parece ser um meia clássico, que gosta de jogar com a bola nos pés e tem grande visão de jogo. Vi algumas pessoas comentando que ele precisa correr mais; não é a dele correr e conduzir a bola. O negócio dele é fazer a bola andar.

Ele é um meia estilo Gerson (para os mais antigos), Socrátes (para os de meia idade) e PH Ganso (para os mais novos). Com a bola nos pés faz o time jogar. 

É cedo ainda para falarmos qualquer coisa (quem não lembra de Tressor Moreno que encantou em seus primeiros jogos e depois se apagou?), mas parece que com o argentino o Bahia vai melhorar muito um fundamento que anda em baixa há muito tempo: o passe.

Ele pode dar o toque de qualidade que o tricolor tanto precisa na meia cancha e fazer a alegria dos atacantes com seus passes precisos. É esperar para ver, embora já tenha muito torcedor falando que o Bahia agora é  "o 10 e mais dez!"

domingo, 24 de março de 2013

VALEU PITUACIVIS !!!


Só quem é baiano entende a razão pela qual trocamos seu real nome, Pituaçu (lé ele), pela alcunha de PituaCIVIS, ou PituAÇO.

E sem mais “cheiro mole”, vamos ao assunto de hoje, vamos ao nosso “adeus”, “até logo”, "VALEU" o nosso “vá lá” para este estádio que foi parte integrante – e importante – da ressureição do BAHIA, da recuperação do orgulho tricolor, da volta do BAHIA vencedor, do retorno dos torcedores ao campo de jogo.
PituaCIVIS teve em seu jogo de inauguração, em 1979, o BAHIA venceu o Fluminense de Feira de Santana em 1979 por 2x0, e em sua reinauguração – em 2009 – o BAHIA vencendo o Ipitanga por 4x0. Ora, duas datas e duas realidades : O BAHIA e Pituaçu (lá ele) haviam nascido, realmente, um para o outro.
Pituaçu (lá ele) foi reformado após a tragédia da Fonte Nova, num jogo em que eu estava lá, que vitimou 7 torcedores tricolores (salvo algum engano de minha parte), e feriu mais alguns. E, durante sua reforma, o BAHIA mandou seus jogos no acanhado Estádio Jóia da Princesa, em Feira de Santana, onde não teve muito sucesso.
E então, finalmente, o Estádio Roberto Santos ficou pronto.
E foi em PituAÇO que o tricolor baiano, em 13 de novembro de 2010, venceu a Portuguesa de Desportos-SP por 3x0 e carimbou sua volta à elite do futebol brasileiro, a Série – A.
Foi em Pituaçu (lá ele), ainda, que em 2012 o BAHIA fez valer seu mando de campo e conquistou o título de campeão baiano após um jejum de 10 anos sem vencer nem disputas de par-ou-ímpar.
Em 2013, depois e muitos – e excelentes – serviços prestados ao futebol baiano e, especialmente ao BAHIA, Pituaçu (lá ele) deixa de ser o palco principal do nosso esporte para dar lugar à nova Fonte Nova, para a Arena Fonte Nova, para a Fonte NOSSA, onde voltaremos a mandar nossos jogos e, esperamos, voltaremos a vencer consistentemente títulos regionais e, quem sabe, seremos novamente campeões brasileiros de futebol profissional e nos credenciaremos a vôos mais altos.
Neste domingo, quando o juiz apitar o final do jogo entre BAHIA e Juazeirense, ficará a saudade dos bons momentos em Pituaçu (lá ele), a certeza de que ele cumpriu seu papel – com louvor – e os votos de que nosso BAHIA tenha sucesso em sua “nova velha casa”, a Fonte Nova. Infelizmente não estarei lá, pois uma virose me impede de estar presente.
E, após 139 jogos oficiais em Pituaçu (lá ele),  nos resta agora torcer, torcer muito, torcer em paz, agradecer bastante e dizer :
VALEU PITUACIVIS !!!
E que venha a FONTE NOSSA.

sábado, 23 de março de 2013

STFC ENTREVISTA - CARLOS TOURINHO


Nosso entrevistado de hoje é Carlos Tourinho. Natural de Salvador/BA, desde 2003 mora em Fortaleza. Professor de inglês, além de trabalhar como tradutor para diversas empresas e ter sido revisor de legendas para séries e filmes para TV, DVD e cinema. 

Tourinho também cursou Ciências Econômicas, pela Universidade Católica do Salvador. Iniciou seu trabalho no Pauta Livre News (pautalivrenews.com) , podcast de humor e variedades, em 2009 e é um profundo pesquisador de cultura pop (cinema, música, literatura). 

Hoje, além do Pauta Livre News, participa também do Iradex, tanto no vlog quanto no podcast. Participou do Cubo de Conteúdo da Campus Party 2012 - São Paulo (CuboGeek), realizando um tutorial de captação de áudio em podcasts.

Foi palestrante no evento oficial da Marvel Studios para o lançamento do filme "Os Vingadores", realizado na Livraria Cultura de Fortaleza/CE. Mediador da palestra "como montar um site de sucesso" no FORPG 2012, em Fortaleza/CE.

Ou como ele mesmo se define no Facebook: "Sou baiano e moro no Ceará. Gaguejo e falo para cacete. Como acarajé e como salada. Bebo cerveja gelada e cerveja quente. Curto a night e curto ficar em casa. Gosto de boteco e de restaurante.Viajo para a praia e para a montanha. Grito e falo baixinho. Vou pra show de rock e danço forró. Adoro futebol e não jogo porra nenhuma. Como doce e como salgado. Gosto de trabalhar e de tirar férias. Xingo e elogio. Saio de dia e saio de noite. Choro e dou risada. Gosto de gato e de cachorro. Ajudo e sacaneio. Amo e odeio. Torço pro Bahia e torço pro Bahia.

Aprecie agora este bate papo bem descontraído e marcado pelo bem humor característico de Tourinho. 

STFC: Explica para quem não conhece o que um podcast.

CT: Há duas maneiras de se explicar o que é um podcast. Da maneira oficial, Podcast é um arquivo de áudio, geralmente em MP3 (mas pode vir em AAC também), que é disponibilizado na internet via feed RSS. Para os leigos, que não entendem o que diabos é MP3, AAC ou RSS, explico que "é como um programa de rádio, na internet." Apesar de nós podcasters não gostarmos de dizer isso.



STFC: O que faz um podcaster?

CT: Podcaster grava podcast, ué! Hahahahaha... Sendo mais abrangente, um podcaster se assemelha ao radialista ou jornalista, dependendo do assunto ao qual seu podcast se baseia. Apresenta o programa, debate, discute e dá suas opiniões.

STFC: Como vocês definem os temas dos podcasts?

CT: No caso do Pauta Livre News, que é um podcast de variedades de cunho humorístico, os temas são variados. Já demos indicações de livros, filmes, séries de TV, bem como falamos de coisas que odiamos, que gostamos, nossa infância e adolescência, relacionamentos, entre outras coisas de nossas vidas. fizemos entrevistas com personalidades da cultura pop/nerd/geek, como o dublador Guilherme Briggs e o Erik Gustavo, criador do fantoche Marcelinho, que faz muito sucesso no youtube lendo contos eróticos. E também temos temas nonsense, como o podcast "homenageando" o É o Tchan, ou quando falamos de "cocô"!! A definição vai do momento mesmo. 

STFC: Quem te influenciou a seguir este caminho e quem são suas referências?

CT: Eu já tinha conhecimento da mídia, mas nunca tive vontade de escutar. Até o dia que, acessando o site do Jovem Nerd, vi o podcast deles entrevistando o Guilherme Briggs, dublador de personagens como o Buzz Lightyear (Toy Story), Superman, Rei Julian (Madagascar), Optimus Prime (Transformers), Cosmo (Os Padrinhos Mágicos) e o Freakazoid, entre outros. Como adorava o Freakazoid, resolvi escutar e foi vício instantâneo. Porém, a oportunidade de gravar podcast só aconteceu apenas um ano depois, em 2009, quando já tinha um blog de cinema com a pessoa que também havia fundado o Pauta Livre News. Ele viu que eu tinha muito conhecimento em cultura pop (cinema, TV, música, literatura) e me convidou pra gravar o PLN, lá pelo 4º episódio. Desde então não saí mais. Em termos de referências, é inegável que somos extremamente influenciados pelo Jovem Nerd, o maior podcast hoje do Brasil, desde o formato de abertura, leitura de e-mails e condução do programa.

STFC: É possível ganhar dinheiro com este tipo de trabalho?

CT: É, desde que se trabalhe pra isso. Mas não é uma coisa fácil. Muita gente entra nesse meio achando que vai começar a ganhar dinheiro logo, ficar famoso como o Jovem Nerd. Mas esquecem que eles tiveram seu primeiro programa patrocinado só depois de 6 anos de início das atividades. Nós tivemos o nosso primeiro programa patrocinado depois de 3 anos, mas claro, hoje é outra época. No entanto, fazer parte de um podcast conhecido no meio me proporcionou realizar palestras e ser convidado pra eventos, contando um pouco sobre a mídia ou falando de cinema, literatura, quadrinhos, etc. Acredito que nunca seria chamado para isso, não fosse o podcast.

STFC: Como é participar da Campus Party?

CT: A Campus Party é um evento de tecnologia e mídias sociais anual que rola todo ano em São Paulo há 6 anos (ano passado teve também em Recife), e fui nas edições de 2012 e a deste ano. Como plataforma de divulgação do podcast, o ano passado foi excelente, fizemos muito networking e fomos convidados do Cubo Geek, que era um estúdio instalado no meio do evento, para falar sobre captação de áudio em podcasts, pois somos reconhecidos no meio como um dos especialistas quando o assunto é áudio. O Cubo Geek foi ótimo pra gente, como para muitos podcasts que souberam aproveitar da novidade. Neste ano não teve o Cubo Geek, infelizmente por falta de verba do patrocinador, mas mesmo assim conseguimos aumentar nossa exposição, dando autógrafos e tirando fotos com fãs e ouvintes, bem como conseguir gravar um podcast no meio do evento, rodeado de amigos podcasters e ouvintes. Além disso, 3 membros do podcast, Carlos Vivacqua, Bóris Deprê e PH Santos, deram palestras no evento, e eu cheguei a subir e dividir o palco na palestra do Vivacqua e PH, mesmo não falando uma palavra!

STFC: O que te fez sair de Salvador para morar em Fortaleza?

CT: Conheci Fortaleza em 1998, me apaixonei pela cidade e disse de imediato que um dia iria morar no Ceará, de algum jeito. Até que em 2003, um amigo ligou pra mim, disse que a faculdade em Fortaleza era mais barata que em Salvador e disse: "Bora?". Sim , foi simples assim, não foi por trabalho nem nada demais.


STFC: O que mais curte em Fortaleza?

CT: As mulheres!! Hahahaha... Falando sério, não tem mulher mais bonita no Nordeste do que aqui, mas eu sou quietinho hoje em dia, não sou muito de sair pra pegar mulher... mas gosto da cidade porque o povo é bem agradável, tem muitas opções de lazer na cidade, e o custo de vida é muito baixo em relação a outras cidades do Brasil.

STFC: Tem saudades de Salvador?

CT: Bate saudade da família, quase toda hora, mesmo quase 10 anos depois (me mudei pra cá em julho de 2003). E sinto falta do Bahia também, eu não perdia nenhum jogo do time. Nenhum mesmo. Tentei até ir aqui assistir alguns jogos do Fortaleza e Ceará, mas não é o mesmo que torcer pelo seu Bahêa na Fonte Nova. Sempre faço questão de ir todo ano pra Bahia, principalmente Natal e Ano Novo, mas depois de uns 10 dias começo a sentir falta de meu lar aqui, minha privacidade (moro sozinho) e fico querendo voltar logo. Engraçado que quando volto, passo uns dias triste com saudade de minha mãe, hahaha...

STFC: Como se vê daqui a 10 anos?

CT: Vivo, com uma saúde melhor que a que tenho hoje, mesmo sabendo ser quase impossível. Espero estar casado e com pelo menos uma filhinha, continuando fazendo o que gosto, e ganhando bem pra isso. Seja com podcast, vlog ou o que vier por aí.

quinta-feira, 21 de março de 2013

FONTE NOVA. VELHAS LEMBRANÇAS - 2

Quando conversei com George Branco sobre a ideia deste especial, nos lembramos de inúmeros momentos que vivemos na antiga Fonte Nova e ficamos muito empolgados com as diversas boas histórias que recordamos, jogadores que pisaram naquele gramado e jogos inesquecíveis.

A ideia inicial era coletar depoimentos de torcedores comuns como nós e personalidades que frequentavam o estádio. O objetivo: ouvir destas pessoas histórias sobre um momento marcante que viveu no Otávio Magabeira.

Contudo, chegamos a conclusão de que é muito difícil destacar apenas um momento marcante. Afinal a Fonte Nova foi palco de grandes alegrias, frustrações, euforia, decepções...


Por isso, assim como meu companheiro de blog em seu texto (http://sobretudofc.blogspot.com.br/2013/03/fonte-nova-velhas-lembrancas.html), resolvi abordar meus primeiros anos vividos naquele gigante de concreto.

Não me lembro ao certo quando foi a primeira vez que fui à Fonte Nova. Sei apenas que eu era muito pequeno, com cerca de 2 para 3 anos eu já acompanhava meu pai aos jogos, mais pela folia e pelo passeio do que pelo futebol dentro de campo. 

Somente aos 4 ou 5 anos comecei a entender melhor e aí já estava contagiado por esta paixão que é o futebol e este amor incondicional pelo Esporte Clube Bahia. Era impossível para uma criança na minha idade não se encantar com o colorido das arquibancadas e das bandeiras em azul, vermelho e branco. O sangre tricolor já corria em minhas veias!

Meu pai tinha cadeira cativa e me lembro que a entrada era feita perto de onde se localizavam as Tribunas de Honra, ali atrás da Telebahia do Campo da Pólvora. Enquanto meu pai apresentava a carteirinha de número 1028 (ele falava com voz grossa: "dez vinte e oito"), eu passava por baixo da catraca e poucos passos à frente me deparava com aquele cenário que marcaria para sempre minha vida.

A cadeira cativa era repleta de grandes figuras. A começar pelo companheiro de meu pai no estádio: Nem. Assim como Pepão (meu pai), Nem também era bem gordo e os dois sentavam na primeira fila de baixo para cima no anel superior do estádio. Era uma dupla de peso.

Foi com eles que aprendi meus primeiros palavrões, em especial quando a arbitragem prejudicava o Tricolor de Aço. Os xingamentos eram os mais variados possíveis e naquele ambiente ninguém era recriminado por usá-los. Achava aquilo o máximo, o supra sumo da liberdade. Apesar disso, meu pai sempre me dizia para não falar palavrões, exceção feita a Fonte Nova, onde eu me esbaldava.

O que falar das guloseimas: pipoca, amendoim, quibe, cachorro quente, rolete de cana...o estádio era um verdadeiro passeio gastronômico. Lembro até hoje o nome de muitos vendedores e seus respectivos produtos. Luciano vendia a melhor pipoca da Bahia, Jorge trabalhava com amendoim e depois passou a vender quibe e o gigante Hulk (o cara era enorme e muito forte) vendia a tradicional limonada no tambor de inox.

Naquele tempo, ir à Fonte Nova era muito mais que assistir aos jogos. Era uma experiência mágica para uma criança que contava os dias para voltar àquele mundo de alegrias. Eu cresci na década de 80 vendo o Bahia brocar todos os times do Brasil e até do exterior dentro de sua casa.

E não importava contra quem o Esquadrão ia jogar. Fosse o Redenção, Leônico, Estrela de Março, ABB ou Flamengo, Vasco, Corinthians,Grêmio... certo é que meu pai e eu estaríamos lá.

Vi grandes jogos, vivi enormes emoções, presenciei o surgimento de grandes times do Bahia. Também sofri com as derrotas, chorei com as perdas de títulos e sempre me emocionei quando entrava no estádio.

Certo mesmo é que a Fonte Nova sempre foi uma espécie de segunda casa de quem gostava de futebol na Bahia. Um espaço democrático em que ricos e pobres sentavam juntos, pretos e brancos se abraçavam na hora dos gols e onde as pessoas esqueciam um pouco dos seus problemas do cotidiano para viver 90 minutos de emoção.

A velha Fonte está para sempre nos corações de quem frequentou o estádio. E comigo não é diferente! A Fonte Nova é parte de minha vida e tenho certeza que da vida de muitos que estão lendo este texto.

Com isso vou me despedindo e aproveito a oportunidade para pedir a colaboração de todos com histórias vividas na Fonte Nova. Vamos manter vivas em nossas memórias as boas lembranças. 

Enviem para nós suas histórias através dos e-mails jrreverendo@yahoo.com.br ou george.branco@gmail.com

quarta-feira, 20 de março de 2013

STFC ENTREVISTA PAULO CARNEIRO


Para os torcedores do Bahia, como eu, Paulo Carneiro foi certamente o grande algoz tricolor a partir da década de 90. O presidente que, tal qual Osório e Maracajá com o Bahia, elevou o nome do Vitória no cenário nacional e internacional. Conquistou muitos títulos, formou grandes times, trouxe à Bahia grandes nomes, nos deu uma visão diferente do que estávamos acostumados a ter com relação ao futebol (independente da visão anterior ser certa ou errada, a visão que ele nos trouxe foi apenas diferente). Como todo ser humano, como todo profissional, também teve seus momentos difíceis, suas derrotas, suas frustrações.

Polêmico, de atitudes firmes, de posições e opiniões fortes, amado por muitos, odiado por outros tantos, diria que Paulo Carneiro é um dos melhores dirigentes de futebol que vi em nosso futebol, na minha modesta opinião.





E, em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer imensamente o Sr. Paulo Carneiro por sua gentileza e disponibilidade em responder nossas perguntas. 

E agora, sejam vocês torcedores rubro-negros, tricolores ou de qualquer outro time, desfrutem, leiam atentamente as respostas de Paulo Carneiro, tirem suas próprias conclusões, façam suas análises e reflexões acerca do futebol baiano, e nacional.

STFC - Quem é Paulo Carneiro, por Paulo Carneiro ?
PC - Um cara do bem, idealista que um dia muito jovem abandonou sua carreira como Engenheiro Mecânico pelo sonho de infância de ser Presidente do Vitória.

STFC - Tem algum tricolor em sua família ? Se sim, como é o clima em casa quando o Bahia ganha um Ba-Vi (ou Vi-Ba, como você gosta de sempre reforçar quando o jogo é no Barradão) ?
PC - Minha mulher e tinha minha mãe já falecida. Depois dos BaVis nunca tive problemas.

STFC - Você dirigiu o Vitória, foi contratado pelo Bahia como gestor de futebol. Hoje, como é sua relação com o “negócio” futebol ?
PC - Acompanho, estou atualizadíssimo e agora apoio Petter para Presidente.

STFC - Do que mais se orgulha em sua história no futebol ? E do que mais se arrepende ?
PC - De ter vestido a camisa do rival num momento que quis ser delicado com uma platéia fechada e me orgulho do legado que deixei no meu clube em todas as áreas.

STFC - Sente falta de presidir o Vitória ?
PC - De jeito nenhum.

STFC - O que mais falta ao Vitória de hoje ?
PC - Unidade, competência e respeito.

STFC - Que futuro você vê para o Vitória de hoje ?
PC - Não consigo ver nada além de onde chegou pelas nossas mãos.

STFC - Vai lutar para voltar a ser Presidente ou vai realmente apenas apoiar Petter Souza ?
PC - Vou voltar ao Conselho e apoiar Petter.

STFC - Quem é Petter Souza e o que ele pode fazer pelo Vitória ?
PC - Petter é o perfil do dirigente que essa juventude sonha. Apaixonado, saído das camadas populares, e preparado pra função, sabendo administrar as diferenças, sem abrir mão de suas convicções.

STFC - O que é mais difícil, Campeonato Baiano, Copa do Nordeste, Série A, B ou C ? Por quê ?
PC - Quanto mais qualificada mais difícil .O orçamento dá o toque da diferença. Essa diferença só diminui com projeto de futebol que os atuais gestores nem sabem o que é.

STFC - Você é um defensor do Barradão e se opõe ao Vitória mandar seus jogos na Arena Fonte Nova. Por quê ?
PC - Um clube sem seu estádio próprio é fadado à estagnação. Jogar numa Arena moderna é o caminho, mas com nossa participação em todo o negócio. Arena Fonte Nova sem o Vitória ela não se equilibra. Mas nossos dirigentes não tem força pra argumentar. Têm rabo preso.

STFC - Quem deve ser, na sua opinião, o Campeão Baiano 2013 ?
PC - Quem deve ser o Vitoria claro, quem merece o Conquista.

STFC - O que espera do Vitória no Brasileirão 2013 ?
PC - Tensão e medo até o fim.

STFC - Quais foram, na sua opinião, os 3 (três) jogadores mais importantes que você trouxe para o Vitória ?
PC - Ramón, Petkovic e Bebeto.

STFC - Com uma palavra, defina estes jogadores que nós, como torcedores do Bahia, tanto “xingamos” (Arthurzinho, Neto Baiano, Petkovic, Ramon Menezes e Ricky)  :
PC - Arthurzinho - Craque.
PC - Neto Baiano - Guerreiro.
PC - Petkovic - Fora de serie.
PC - Ramon Menezes - Talento e grande finalizador.
PC - Ricky - Explosão vertical impressionante.

STFC - Qual seu momento inesquecível na Fonte Nova ? E no Barradão ?
PC - Em 90 ganhando o Bi no grito e na raça. E no Barradão ganhando do Vasco por 5 a 4 no maior jogo da nossa história.

STFC - Vitória Campeão Brasileiro de Futebol Profissional. Sonho possível ou não ?
PC - Possível sim, mas não com os atuais dirigentes.

STFC - Deixe uma mensagem para os torcedores rubro-negros.
PC - Não deixem nos tirar do Barradão. Ele é o nosso presente e modernizado será o nosso futuro.

Pois é pessoal, espero que tenham gostado da entrevista, sejam vocês torcedores de qualquer que seja o time.

Participem, seja de qual forma for. Sugiram novos entrevistados, enviem suas opiniões, critiquem, elogiem, polemizem. Nosso espaço foi criado para isso.

Um forte abraço a todos e até o próximo STFC ENTREVISTA.