terça-feira, 26 de março de 2013

IMAGINA NA COPA


Faltando poucos meses para a Copa das Confederações, e pouco mais de um ano para a Copa do Mundo, me deparei - na noite de ontem - com uma notícia que me fez rir, pra não chorar. A notícia tratava das "proibições" a serem impostas durante a Copa do Mundo, pela FIFA. Tudo partindo um grande contrato firmado entre o Brasil (seja através de Governo Federal, CBF, ou quem quer que seja) e a FIFA. Um grande negócio. Business.

Ora, por tudo o que tenho lido, visto e percebido, o país "organizador" da Copa vai ser mais do que amordaçado, violentado e escravizado durante estas competições. E, por consequência, seu povo. Serão bilhões investidos, a maioria em estádios de futebol. Pouco, relativamente, em soluções viárias (a sua maioria no entorno dos estádios...e só). Nada, ou quase nada, em estrutura de segurança e saúde. E o legado da Copa, que tanto se propalou durante todos os anos que se sucederam ao anuncio da Copa no Brasil, não será maior do que alguns estádios (a serem explorados pela iniciativa privada). E não nos esqueçamos dos elefantes brancos (Brasília, Cuiabá, Manaus e Natal). Pelo que vejo, a FIFA vai lucrar, as empreiteiras idem, os políticos e empresários vão levar a sua "ponta", e quem vai trabalhar no dia a dia na Copa vai fazer "por amor ao esporte", de forma voluntária (programa de voluntariado da FIFA)...Ah, sei, e o povo vai continuar levando onde sempre levou. São negócios apenas. Business.

Aliado a isto, o que vemos também são obras inacabadas (ou mal acabadas), atrasadas, com risco de não serem concluídas...isso falando de estádios, aeroportos, obras viárias, dentre outros aspectos de infraestrutura para a Copa do Mundo. Perde-se, assim, uma oportunidade ímpar de se construir um país melhor para a sociedade que nele vive, de se estabelecer um marco para a definitiva inserção do Brasil num mundo mais civilizado, com investimento em infraestrutura, em saúde, em segurança, em ligações viárias (seja por terra, por água ou pelo céu) e, principalmente, em educação. Ah, estamos investindo em educação sim, claro...dando aulas de inglês para travestis e prostitutas(pausa para reflexão)...nada contra estas pessoas, mas tudo contra a não preocupação com a grande maioria da população, que não sabe falar nem o português corretamente...Ah, ja sei, o turismo sexual vai agradar aos "gringos" que aqui vem em busca de belas mulatas, que além de deixar suas "doletas" com as "moças de fino trato", devem deixar mais um tantinho nos hotéis e motéis, bares e restaurantes das nossas cidades. Business.


E vamos voltar às grandes piadas chamadas proibições. Eu tentei reunir aqui algumas delas (tendo sido estas revogadas ou não), no intuito de descrever o quanto estamos sendo "forçados" a adotar práticas que não necessariamente se encaixam no nosso perfil comportamental. Ah, sei, temos que adotar um padrão europeu, uma vez que deve ser este o "modelo" de torcedor que a FIFA quer...Business.

Na notícia de ontem, foi divulgado que a FIFA iria proibir o torcedor de gritar, ficar em pé, usar bandeirões, xingar, se embriagar...eu realmente ri pra não chorar. Ate mesmo porque, se a FIFA não quer embriaguez nos jogos da Copa, basta manter as leis atuais que proíbem a venda de bebidas alcoólicas nos jogos em nossos estadios, correto ? Ah, sei...uma grande patrocinadora é a maior fabricante de bebidas do mundo...Business.

Em outras notícias, divulgadas desde que se anunciou a Copa do Mundo no Brasil,  FIFA já “pediu” ao governo que "suspendesse o Código de Defesa, do Consumidor", que não existissem entradas do tipo "meia-entrada", que não fossem vendidos os Acarajés nos estádios....Ah, sei, uma grande patrocinadora é a maior rede de fast food do mundo, e a venda do Acarajé impactaria na venda de seus sanduíches...Business.

Ora, só falta pedir aos brasileiros que falem apenas inglês durante as competições, para que os turistas se sintam bem no Brasil, que emprestemos nossos carros para que eles possam passear em nossas cidades - ja que não temos rede metroviária decente em nosso país -, e talvez até mesmo que saiamos de nossas casas e as emprestemos para os gringos. Tudo bem, fui radical e muito extremista...mas o sentimento é um pouco por aí, de que num evento como este, o país perde um pouco de sua soberania, se submete a regras (muitas vezes ridículas) sem que a maioria da população seja efetivamente beneficiada, ao contrário de uma pequena parcela. Sei que estamos falando de Business, de um negócio que movimenta milhões, bilhões, e que só foi viabilizado após uma serie de concessões, de conchavos e acordos. Não sou contra tudo isso...na verdade não seria contra, caso tivéssemos realmente uma contrapartida de educação, saúde e segurança para a população, um legado real na infraestrutura para que o Brasil pudesse, enfim, seguir um caminho sem escalas rumo ao desenvolvimento, fazendo do Brasil um país realmente de todos, e para todos. Mas, pra que se preocupar tanto, se o povo quer é ver futebol, torcer pelo Brasil, beber cerveja, comer um sanduíche, dançar com uma mulata e comprar a camisa da seleção ? Ah, então prá que se preocupar ? São só negócios. Business.

E assim vamos seguindo, esperando pela Copa do Mundo do Brasil...ops...não podemos chamar a competição desta forma, devemos anunciá-la como "Copa do Mundo FIFA 2014", por força de contrato. E assim seguimos, esperando por novas e mais "interessantes" proibições e exigências, para que possamos realizar a melhor copa da história, como "nunca na história desse pais", onde todos sorriem, ficam felizes, consomem bastante, alguns roubam bastante, e o povo iludido continua sendo enganado, tal qual em Roma, e ludibriado com política do "Pão e Circo". Não há do que se preocupar, são apenas negocios. Business.

Já imaginou como vai ser na Copa ?

Um comentário:

  1. Carlos Alberto Rocha26 de março de 2013 às 23:32

    Se quizer comer um acarajé, tem que ir a 5 km do estádio. Pode isso ? A danada da cerveja vão liberar , porque? Claro devido ao patrocinio de uma determinada cervejaria. Não se esqueça , não pode gritar gooool e sim só bater palmas.

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