segunda-feira, 25 de março de 2013

O 10 E MAIS DEZ?

Após quase dois meses sem vencer (o último triunfo fora em 27/01 ante o Ceará no Castelão), o Bahia retomou o caminho das vitórias e derrotou o Juazeirense na despedida de Pituaçu por 2 x 0. (Veja texto de George Branco sobre o estádio em http://sobretudofc.blogspot.com.br/2013/03/valeu-pituacivis.html).

 
É verdade que o time começou muito mal a partida e foi dominado pela equipe do interior nos primeiros trinta minutos de jogo. Fosse a equipe de Juazeiro um pouco mais qualificada, por certo o tricolor iniciaria a partida perdendo e teria muito trabalho para reverter o placar.

Mais uma vez Marcelo Lomba salvou o Bahia e evitou que o time começasse o jogo atrás do placar. A equipe demonstrou muita ansiedade e os velhos erros de marcação voltaram a acontecer.

Só depois dos trinta minutos a equipe começou a se encontrar em canpo e conseguiu sua primeira finalização com Adriano. Isso mesmo! A primeira finalização do Bahia aconteceu somente aos 32 minutos.

Daí para frente a equipe conseguiu colocar os nervos no lugar e foi justamente aí que começou a surgir o grande nome do jogo: Paulo Rosales.

O argentino apareceu bem em diversos momentos, especialmente com seus passes precisos e enfiadas de bola capazes de desmontar a defesa adversária. E num deste passes em profundidade foi que surgiu o primeiro gol do Bahia com Obina.

Rosales meteu um três dedos na bola e encontrou Obina, que contou com a falha na saída do goleiro para dominar e chutar para abrir o marcador.

Ainda vamos falar um pouco mais de Rosales, mas antes quero fazer uma rápida análise sobre o time. Jorginho mudou o esquema e optou por dois volantes e dois homens de criação.

A defesa continua sem inspirar confiança. Neto continua muito aquém do que pode render e ontem nem nas bolas paradas ele foi bem. Pelo lado esquerdo, a entrada de Magal deu um pouco mais de qualidade, em especial nos cruzamentos. Por duas ou três vezes ele cruzou para os atacantes em boas condições de finalizar.

A dupla de zaga foi muito insegura. Demerson me pareceu totalmente fora de forma e extremamente lento para acompanhar os atacantes do Juazeirense. Titi também não esteve bem e acredito que já é hora de um "chá de banco" para ver se volta melhor.

O meio campo se portou um pouco melhor. Fahel, como de costume, manteve a regularidade e ainda beliscou seu golzinho de cabeça como já vem se tornando rotina. 

Confesso que não entendo o que os treinadores enxergam em Diones. É um jogador que não me agrada, pois não marca bem e não acerta dois passes seguidos. Pior é que entra ano e sai ano ele continua como titular.

Marquinhos começou mal como todo o time, mas cresceu de produção especialmente no segundo tempo. Jogador de velocidade, que trabalha bem com a perna esquerda e aparece muito para o jogo. Tem tudo para se firmar e acredito que tenha ganho a posição de Hélder.

Obina e Adriano parece que vão ganhando a confiança de Jorginho e devem formar a dupla de ataque titular do Bahia. Obina é muito voluntarioso, briga bastante, não se esconde e ainda deve evoluir com o decorrer das partidas.

Adriano é muito rápido e tem uma característica interessantíssima para um atacante de velocidade: já domina buscando se livrar do marcador e partir em direção ao gol. Com certeza vai ajudar muito o tricolor.

Entraram ainda Anderson Talisca, Matheus e Feijão (que nem tocou na bola). O primeiro mostrou muita qualidade na canhotinha e apostou nos chutes de média e longa distância, além de ser o responsável pelo excelente cruzamento para o gol de Fahel.

Matheus entrou porque Obina cansou e teve a chance de marcar num rebote do goleiro depois de bela finalização de Talisca. Por azar, passou um pouquinho da linha da bola e não conseguiu pegar em cheio e estufar as redes. 


O destaque do jogo foi Rosales. Ele parece ser um meia clássico, que gosta de jogar com a bola nos pés e tem grande visão de jogo. Vi algumas pessoas comentando que ele precisa correr mais; não é a dele correr e conduzir a bola. O negócio dele é fazer a bola andar.

Ele é um meia estilo Gerson (para os mais antigos), Socrátes (para os de meia idade) e PH Ganso (para os mais novos). Com a bola nos pés faz o time jogar. 

É cedo ainda para falarmos qualquer coisa (quem não lembra de Tressor Moreno que encantou em seus primeiros jogos e depois se apagou?), mas parece que com o argentino o Bahia vai melhorar muito um fundamento que anda em baixa há muito tempo: o passe.

Ele pode dar o toque de qualidade que o tricolor tanto precisa na meia cancha e fazer a alegria dos atacantes com seus passes precisos. É esperar para ver, embora já tenha muito torcedor falando que o Bahia agora é  "o 10 e mais dez!"

Um comentário:

  1. Muito boa a sua analise. Lúcida, direta e certeira. Acho que voce da pra técnico !!!!

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