sábado, 14 de setembro de 2013

SEGURANÇA PÚBLICA


Por: Tainan Mendes



A população baiana não sabe mais o que fazer para poder caminhar nas ruas, sem a sensação de que a cada esquina existe um perigo a vista. A Bahia  nos últimos anos têm apresentado um número preocupante de homicídios. O município de Simões Filho apresenta a maior media do país.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Publica do Estado Bahia, só na capital e Regiões Metropolitanas, entre janeiro e março de 2013, foram contabilizados 422 homicídios dolosos (onde existe intenção de matar). Esses números só confirmam que está cada vez mais difícil caminhar tranquilamente nas ruas.  
Na tentativa de reduzir esses números e melhorar a segurança pública, foram criadas as bases comunitária, que se localizam em regiões identificadas como “criticas”, com elevados números de ocorrência policial.
Segundo Antônio Carlos Filho, essas localidades onde se encontram as Bases Comunitária têm apresentado uma diminuição  do número de ocorrências. Contudo, ele alerta que os marginais, para fugir do combate policial, migram para outras regiões que ainda não possuem as Bases Comunitárias.
As bases comunitárias têm mostrado na prática, com estatísticas que houve uma redução da criminalidade naqueles locais. Mas como a atividade do marginal é o tráfico de drogas, eles vão migrar para outras localidades, até encontrar um combate  policial efetivo.”
A realidade é dolorosa. Hoje em dia, os pais estão enterrando os filhos, muitas vezes mortos de forma cruel e desumana, quando a ordem natural dos fatos, deveria ser o contrário. Um retrato do sofrimento vivido por muitas famílias baianas, é o Chefe de Cozinha Rosenildo Oliveira. Ele teve seu filho assassinado. Emocionado, o cozinheiro conta como tudo aconteceu:
"Ele estava voltando do colégio com mais três amigos, e  pararam na porta de casa, esperando o cabeleireiro para cortarem os cabelos. Nesse pequeno intervalo de tempo,  passou um carro preto. No carro, estava um policial, que tinha um filho vagabundo. Acho que um dos meninos tinha batido no filho desse policial que tentou roubar um deles, numa festa de largo. O policial revoltado, foi no Pau Miúdo, colocou uns vagabundos no carro e voltou disposto a executar quem tinha batido no filho dele e quem tivesse na hora também, tanto que nessa tragédia morreram três pessoas e o quarto perdeu o braço, por causa do tiro. Meu filho estava no lugar errado e na hora errada."
Na opinião de Antônio Carlos Filho,  delegado titular da 12 º Delegacia Circunscricional Polícia Itapoan, o auto índice da violência na Bahia, em geral, não está ligada apenas a polícia.
"Eu diria que o número de policiais é insuficiente, mas o grande problema da marginalidade não é  apenas policial e sim Social. 75% à 80% dos bairros  não têm condições de moradia, saúde, educação condizentes. O problema, é muito mais embaixo."
Revoltado com a situação, Resenildo Oliveira vai além, e desabafa :
"A segurança publica é péssima ! Eu perdi um filho, ele perdeu a vida, e nada aconteceu. Os políticos não estão nem ai, mas se fosse com alguém da família deles, com certeza teriam corrido atrás. Perdi meu filho a troco de nada. Para quê os brasileiros pagam tantos impostos ? Os políticos só querem saber de dinheiro. Se olharmos direitinho, os piores ladrões são os do colarinho branco. O povo demorou muito para ir as ruas reivindicar seus direitos."
O Município de Simões Filho, localizado na Região Metropolitana de Salvador, foi considerado pela terceira vez consecutiva o  município mais violando do Brasil. O local está tomado pelo tráfico de drogas. A situação na região é tão critica que Simões Filho chegou a ser conhecida como a "capital da desova".
Para Antônio Carlos Filho o tráfico de drogas é o grande responsável por quase todos os crimes de patrimônio: Ganancia, pequenos furtos, roubo de celular, etc...
Normalmente, são pessoas ligada ao tráfico de drogas que morrem: Usuários, aviões e até mesmo disputa entre os traficantes por ponto de venda. Para ter uma ideia 85% à 90% dos homicídios em Salvador e Regiões Metropolitanas, isso posso assegurar, tem como motivação o tráfico de drogas.”
Infelizmente, a realidade em que vivemos é assustadora, mas nem tudo está perdido... A Associação Cidade da Criança (ACC), uma Organização não governamental que há mais de 25 anos exerce um trabalho social-educativo-cultural, em Simões Filho, atendendo crianças, jovens e adultos, na faixa etária de 8 à 50 anos. Através das diversas atividades e projetos sociais, a ACC tem como objetivo integrar os alunos na sociedade, os afastando cada vez mais do mundo do crime, das drogas, além de prepará-los e qualificá-los para o mercado de trabalho, através de cursos profissionalizantes oferecidos pela instituição.
O Pedagogo e Coordenador de Projetos da Associação Cidade da Criança, Wellington Pereira, ressalta a importância da instituição para a população :
"A ACC atua como um suporte que tenta suprir faltas promovidas e evidenciadas pela realidade sócio econômica. Sendo considerada pelas pessoas que são atendidas como um espaço de promoção humana e valorização do ser humano."
A segurança pu bluca está em decadência, como o serviço publico em geral. Além dos investimentos em infraestrutura e qualificação de seus profissionais, o governo deveria investir mais em cultura, arte, esporte, etc... Esses projetos podem não combater diretamente o crime, mas previne, afastando nossos jovens dessa triste realidade  que vivemos. Quem sabe, com esses investimentos, não conseguimos mudar num futuro próximo a realidade em que hoje estamos inseridos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário