terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Coerência. A chave para uma empresa de sucesso. A chave para a mudança.

Quase um ano após encontrar por acaso com um grande amigo e empresário de sucesso em Salvador, o encontrei novamente numa padaria próxima a minha casa e conversamos, lembrando de nosso último encontro.

Isso me motivou a novamente escrever sobre a fábula da (in)coerência de determinadas corporações, seus gestores e a, por vezes, condescendência e conveniência dos Recursos Humanos (que em alguns momentos age como Recursos (des)Humanos).


Há um tempo atrás (quase um ano), conversava com este mesmo grande amigo e empresário, onde abordávamos temas como liderança, recursos humanos, recrutamento, seleção, retenção de talentos e elegíamos sempre a coerência como elo principal e elemento chave para o sucesso desta combinação no mundo empresarial.

Ele me dizia à época que na sua empresa, certa vez, a equipe de recursos humanos tabulou e definiu critérios numéricos claros para movimentações (admissões, promoções, retenções, desligamentos, reciclagens, etc), assim como critérios de retaguarda (formação acadêmica, domínio em determinados assuntos, domínio em línguas estrangeiras - notadamente inglês e espanhol, etc.). Ele não apenas concordou, como patrocinou esta diretriz, aprovando-a e a colocando em prática.

A primeira etapa deste grande plano de recursos humanos, trabalhos de desenvolvimento e política de retenção de talentos foi a definição de quem seria o "comandante" de sua locomotiva de vendas. quem seria seu gestor comercial. E assim foi feito, contratado ao mercado um suposto líder comercial, tendo como principal missão reformular e tornar mais competitiva comercialmente a empresa. O início de suas ações foi bom, suas idéias e orientações (sim, àquela altura eram AINDA orientações) eram bem recebidas por todos, e sua aprovação era quase que total. Porém, com o passar do tempo, os discursos não eram coerentes com a prática, as promessas e acordos não eram respeitados, e então o clima de desconfiança passou a ocupar o cotidiano daquelas pessoas.


A esperança de um novo líder colaborativo e orientador era, naquele momento, substituída pela figura de um falso democrata, um verdadeiro ditador que não admitia quem "não rezasse sob a sua cartilha", não tolerava quem tivesse uma opinião contrária às suas "orientações" (que àquele momento já se transformavam em ordens claras e passíveis de punição aos que não as cumprissem SEM QUESTIONAMENTO).


Passado algum tempo, qual não foi a surpresa dele, perceber que o então gestor comercial simplesmente rasgou a cartilha previamente ajustada com o gestor de Recursos Humanos, desligando pessoas com desempenho comercial acima da média, que se encaixavam positivamente em todas as variáveis exigidas, e - para um dado cargo chave - promoveu pessoas sem os tais "pré-requisitos" definidos (notadamente critérios de retaguarda como formação acadêmica e domínio em língua estrangeira).


Porém o mais interessante ainda, segundo este meu amigo, foi o fato de perceber que as pessoas que estavam sendo disponibilizadas ao mercado eram substituídas por profissionais SEM OS REQUISITOS PREVIAMENTE ESTABELECIDOS e curiosamente com algum vínculo de parentesco ou de forte amizade com o gestor comercial. Isto sem falar na identificação de alguns membros tidos como "X9", que literalmente "se vendiam" em troca de uma tranquilidade profissional.


Debatemos muito sobre o assunto, sobre as situações, e ele me falava sobre suas decisões após descobrir este "mar de desmando e de incoerência". Muita coisa boa saiu deste conversa.


Hoje, um ano após a conversa sobre estes acontecimentos, coincidentemente tomamos café da manhã juntos numa padaria da cidade e novamente tocamos no assunto.


Sua equipe de recursos humanos foi completamente dissolvida, e uma nova - e COERENTE - foi contratada. Sua equipe comercial tem um novo líder, COERENTE e com excelente resultado comercial. Algumas das pessoas que foram desligadas no passado, foram readmitidas e continuam com excelentes resultados. O clima organizacional hoje é o melhor que a empresa já teve, atestado por uma pesquisa feita por consultoria externa. Os lucros...Ah, os lucros...nunca foram tão bons !!! Enfim, ele percebeu - ainda que tardiamente - os erros cometidos, atuou rapidamente para corrigir as falhas e hoje consegue "dormir em paz" com a sua empresa "rodando" adequadamente.


Ah, e os "X9"...alguns sobrevieram, porém os descobertos foram literalmente "ejetados" da corporação. Este meu amigo não tolera o ambiente de "fuxico" e de "dedos-duro", onde pessoas "pagam de bonzinho" por conveniência, entregando colegas que possuem opinião diferente da liderança. Este tipo de pessoa é descrita por ele mesmo como "câncer da humanidade".


Foi um período de aprendizado, com muitas lições aprendidas..


E então, mais uma vez - um ano depois - as mesmas questões foram levantadas acerca da coerência, principalmente. 


E pergunto novamente, quase um ano depois : 


1) Os dirigentes e os recursos humanos de suas empresas pregam e cumprem a coerência em suas relações ? 

2) Vocês acreditam que a coerência é essencial a um gestor ou é algo que não precisa ser levado em consideração ?
3)  Equipes comerciais devem ser julgadas sob que critérios (números e resultados ou critérios subjetivos) ?
4) O nepotismo existente em suas empresas é percebido e combatido ?
5) Como vocês têm combatido os "X9" de suas corporações ? Os principais líderes de suas organizações têm conhecimento de quem o são ? Se sim, qual a postura deles ?
6) Sua empresa ainda é um lugar saudável e agradável para trabalhar ?

E agora talvez as duas perguntas mais importantes : 


7) o que você tem feito para tornar o seu ambiente de trabalho um local mais justo, saudável e onde todos gostariam de estar ?


8) Você tem sido um cordeirinho ou tem questionado o "status quo" quando acredita ser necessário ?


Que este texto e estas perguntas ajudem a cada um de vocês a transformar muito do que vemos de errado por aí.

Um abraço e até o próximo texto.

3 comentários:

  1. Excelente texto George!!! Vale muito refletir sobre os pontos abordados.

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  2. Vale reflexão!
    Infelizmente alugns RH's apenas cumprem os "desejos" dos mandantes das Empresas!
    Uma admissao ou demissao feita por "ego" pode cuminar em uma grande perda pra Empresa que muitas vezes leva tempo para se recuperar!

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    1. Digitei rápido... quis dizer admissão ou demissão ; culminar !

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