quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

"FEIJÃO VOADOR" DERRUBA GAVIÃO EM ARARAS

Não, não...este não é um post sobre o uma tragédia no mundo animal provocada pelo mais famoso grão da culinária brasileira. Trata-se de uma breve crônica sobre o triunfo do Bahia diante do até então campeão da Copa São Paulo de Juniores, o Corinthians. Só para que o título fique ainda mais claro vamos definir cada um dos personagens:

- FEIJÃO VOADOR: Feijão é volante do time do Bahia e recebeu a alcunha de "voador" do comentarista Luis Ademar do SPORTV após subir muito na cabeçada do gol tricolor.

- GAVIÃO: Símbolo da principal torcida organizada do Corinhthians.

- ARARAS: Cidade do interior de São Paulo que fica a 180km da capital e local do jogo.

Pronto! Personagens devidamente esclarecidos, vamos ao que interessa. O Bahia chegou ao mata-mata com a melhor campanha da competição, com três triunfos, onze gols marcados e nenhum sofrido. Seu adversário, o Corinthians, vinha credenciado como último campeão do torneio e com um ataque muito poderoso, considerado por muitos um dos favoritos para uma nova conquista.

Pois bem! Começada a partida debaixo de muita chuva, vimos duas equipes extremamente nervosas em campo, mas com muita vontade e espírito de luta. A equipe paulista começou melhor e ameaçou mais o tricolor, que parecia respeitar demais o adversário. As chances iam surgindo e um outro personagem começou a aparecer, o bom goleiro Renan do Bahia, que salvou o tricolor em no mínimo duas ou três oportunidades claras de gol somente na primeira etapa.

O tempo foi passando e o "esquadrãozinho" foi colocando os nervos no lugar. Aos poucos o time começou a se soltar mais e a equilibrar a partida. Foi justamente aí que o personagem do jogo apareceu. Numa boa triangulação pela direita, o centroavante Matheus abriu a jogada com o lateral Railan, que cruzou na medida para o "voo" do Feijão e a cabeçada indefensável! Estava aberta a contagem e o sorriso estampado no rosto do menino pobre e de vida difícil refletia toda a felicidade do momento que estava vivendo.

O primeiro tempo acabou com o Corinthians pressionando e o jogo recomeçou da mesma maneira. O Bahia apostava nos contra ataques, mas não conseguia acertar o último passe. A pressão corinthiana aumentava com o passar do tempo e Renan e a trave continuavam a salvar o tricolor. O empate parecia questão de tempo, mas a raça e a entrega dos meninos do Fazendão fez com que o time segurasse a pressão e conquistasse mais um triunfo avançando para as oitavas de final sem levar um golzinho sequer.

Em síntese, o Bahia não jogou bem! Fato! Contudo, numa competição de tiro curto como a Copa São Paulo, o que vale mesmo é o triunfo, independente da maneira como é conquistado. Apesar disso, podemos perceber que temos bons valores no elenco e que estes meninos em breve estarão brilhando no time de cima (isso, claro, se tiverem oportunidade).

O goleiro Renan já provou o seu valor e não é de hoje. Muito seguro, com boa saída de gol e muita qualidade na reposição de bola. Vai defender o Olaria no campeonato carioca para ganhar mais experiência.

Temos dois laterais interessantes: Railan (aquele mesmo que se veste de mascote do Bahia nos jogos em Pituaçu) não tem grande capacidade técnica, é muito voluntarioso e tem um vigor físico impressionante. Eric é muito bom de bola. Mais um da escola de bons laterais esquerdos do Bahia que recentemente revelou Ávine e Jussandro. Tem técnica, é habilidoso, marca bem e apoia com qualidade. Se for bem trabalhado e tiver a cabeça no lugar em breve vai ser titular do profissional.

A dupla de zaga é nova e ainda me parece um pouco insegura. Embora devamos ressaltar que com Robson e Maracás o tricolor ainda não foi vazado na competição. Eles não comprometem, jogam sério, mas me parece que são os que mais tem a evoluir nesta equipe. Os dois volantes são muito pegadores. Tanto Amorim como Feijão marcam muito e correm o campo inteiro. Amorim é um verdadeiro cão de guarda, que fica mais na proteção. Já Feijão marca e quando tem oportunidade aparece para o jogo na frente, prova disso foi o gol que fez e outra chance que teve no segundo tempo.

Os meias Caio César e Carlos não apareceram bem na partida. Podemos até atribuir as condições do gramado, que estava muito pesado. Por se tratarem de jogadores leves tiveram dificuldades. Quero ver mais estes meninos jogando porque ao contrário dos demais, vi apenas dois jogos deles e não quero ser leviano.

Nosso ataque é o ponto forte da equipe, tanto que terminada a competição Matheus e Ryder serão incorporados ao elenco profissional. O primeiro é um cetroavante característico, com bom porte físico e que sabe jogar bem entre os zagueiros. Tem bom posicionamento na área, finaliza bem, sai da área para buscar o jogo (como foi na situação do gol) e ao contrário de atacantes altos, tem boa habilidade com a bola nos pés. Já Ryder parece ter se readaptado em definitivo ao futebol brasileiro. Veloz, dribla em progressão e joga muito bem pelos lados do campo. Tem técnica apurada aliada a velocidade e poderá ser muito útil a equipe profissional.

Independente do que aconteça daqui para frente, se o Bahia chegará mais longe ou não na Copinha, acredito que o objetivo principal de revelar novos talentos já está sendo alcançado. Temos um time de juniores de qualidade, com bons valores e que tem tudo para ir mais longe, mas se não for não significa dizer que o trabalho não deu certo. A base é para revelar jogadores. Ganhar títulos é consequencia e este ano me parece que o Bahia tem a chance de unir as duas coisas!!!

Grande abraço a todos e comentem se concordam ou discordam.

3 comentários:

  1. Clareza e coerência, um feliz comentário de quem entende do que está falando. Abraços!! Ednei Teófilo

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  2. Jose Roberto,

    Voce sabe muitoooooooo!

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