terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A POLÊMICA DO ESPETINHO

Pelo terceiro ano seguido não participo do carnaval de Salvador. Não por falta de vontade, e sim devido a outras prioridades que me impedem de estar na capital baiana nesta linda festa.

Isso não significa dizer que eu não acompanhe a folia pela TV ou até mesmo pela internet. Para quem gosta é muito complicado estar de longe e esta é uma maneira de matar um pouco a saudade e curtir um pouco do nosso carnaval.

Este ano uma situação me chamou muito a atenção: a proibição da venda do tradicional churrasquinho nos espetos de madeira. A alegação é de que os espetinhos podem ser utilizados como armas brancas em eventuais brigas e confusões.

A medida me pareceu extremamente simplista e porque não dizer, autoritária. E aqui quero deixar claro que compreendo que os espetinhos podem, de fato, ser utilizados como arma... do mesmo jeito que as latas de cerveja, as garrafinhas plásticas de água, as pedras espalhadas pelos canteiros nas áreas da folia, etc.

A preocupação é extremamente pertinente. Contudo, esta decisão analisou a situação apenas por uma perspectiva: a da violência. E em relação às pessoas que sustentam suas famílias com a venda dos churrasquinho?

Será que a Prefeitura de Salvador analisou isso e buscou alternativas para que estas famílias pudessem ter seu "ganha pão" durante a folia de Momo?

Quantas pessoas deixaram de trabalhar e ganhar seu suadíssimo dinheirinho por conta desta medida? Quantas trabalharam clandestinamente assumindo os riscos de ter todo o seu investimento confiscado pela fiscalização?

Pelo que tenho lido e visto na TV, foi justamente esta segunda opção que predominou, pois mesmo com a proibição muitos ambulantes continuaram vendendo o churrasquinho nos espetinhos.

Por que ao invés de proibir a venda não se buscou outras alternativas? Alguém por ventura pensou na possibilidade da comercialização ser permitida desde que a ponta do espetinho fosse retirada?

Vou tentar explicar melhor. Aquela parte pontiaguda do espetinho só tem serventia para que os pedaços de carne sejam perfurados e fiquem arrumados no espeto. 

Será que depois de colocar as carnes, não se poderia quebrar aquela ponta? Poderiam até mesmo inventar alguma engenhoca para cortar este pedaço (vou querer direitos autorais caso alguém invente hein?).

Mais uma vez quero deixar claro que entendo a preocupação da Prefeitura. Mas por que não promover o debate para buscar outras alternativas que não a proibição?

Proibir a venda de churrasquinho devido a possibilidade de violência é o mesmo que proibir a venda de cerveja por conta da possibilidade de inúmeros acidentes automobilísticos. 

Estou sendo muito simplista? Os números mostram que não. Quantas pessoas você já ouviu falar que morreram decorrente de acidentes de trânsito em que os condutores estavam alcoolizados? E quantas pessoas você já ouviu falar que morreram por terem sido atacadas por espetinhos?

Será que a Prefeitura bancaria proibir a venda de bebida alcoólica no carnaval para diminuir a violência e os casos de acidentes automobilísticos? 

Acredito que esta hipótese jamais seria cogitada, pois comprar briga com cachorro grande de pedigree é muito diferente do que chutar vira lata.


E você? Qual a sua opinião sobre o tema? Acha que eu estou totalmente errado e não estou enxergando da maneira mais sensata?

Então comente. Exponha sua opinião e suas ideias para que possamos promover o debate e chegarmos juntos a uma conclusão melhor elaborada.

3 comentários:

  1. Acho que cabe uma análise melhor! É fato que em uma festa popular, qq objeto que possa se transformar em arma é muito perigoso. Lembra que no Reveillon as pessoas levam taças e garrafas de champagne? Risco alto também... Talvez um trabalho de conscientização seria um bom começo!

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  2. Isso me cheira muito mais a lobby dos empresários do ramo da alimentação do que preocupação do poder publico com a segurança.

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  3. Muito boa a materia. Acho que deveria ser amplamente discutido com a presença inclusive da parte interessada que são os vendedores do churrasquinho. Hoje quando chegamos nos estádios de futebol sentimos a falta do churrasquinho, e somos obrigados a comprar produtos de certas marcas, inclusive até o nosso acaraje esta sendo excluido.

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