segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

É INESQUECÍVEL!

Dezenove de fevereiro de 1989. Esta data significa algo para você? Para a torcida do Esporte Clube Bahia este dia É INESQUECÍVEL!!!

Era final de tarde no Gigante da Beira Rio em Porto Alegre/RS: Internacional e Bahia fariam a final do Campeonato Brasileiro de 1988. (Por questões de calendário, a fase final daquele certame só ocorreu no ano seguinte.)

Coincidência ou não, o mesmo fato ocorreu na primeira Taça Brasil (hoje reconhecida pela CBF como primeiro Campeonato Brasileiro) disputada em 1959 e decidida apenas em 29/03/1960, com o tricolor baiano vencendo o Santos de Pelé e sagrando-se o primeiro Campeão Brasileiro de Futebol.

Mas voltemos a 19/02/1989! Eu me lembro como se fosse hoje: o Bahia chegara à capital gaúcha após um triunfo épico na Fonte Nova por 2 x 1 (os dois tentos assinalados por Bobô) e jogava por um empate no tempo normal para conquistar o título.

Ao Inter restava o triunfo no tempo normal para reverter a vantagem e jogar pelo empate na prorrogação, conforme estabelecia o regulamento.

Assim que o Bahia chegou ao estádio, havia na porta do seu vestiário uma suposta macumba gaúcha. Todos se espantaram, mas o destemido e saudoso massagista Alemão (conhecido pelas suas mandigas) tomou à frente da situação e foi logo afastando aqueles restos de animais e farofa.

Por ai já se pode ter uma ideia do clima que o tricolor enfrentaria. E a torcida do Inter estava muito confiante. Mais de 79 mil pagantes compareceram ao Beira Rio para ver o colorado de Taffarel, Luis Carlos Wink, Nilson e cia buscar o título.

Afinal o Internacional jamais havia perdido um título numa final realizada em seu estádio. Isso até conhecer a força do Bahia de Ronaldo, Tarantini, João Marcelo, Claudir (Newmar) e Paulo Robson; Paulo Rodrigues, Gil, Bobô (Osmar) e Zé Carlos; Charles e Marquinhos.

 

Foram noventa minutos de muita tensão. Contudo, os comandado do Mestre Evaristo de Macedo não tremeram na base, mesmo com a pressão inicial colorada. (O time não tremia em campo, mas pela TV eu assistia ao jogo já sem unhas)

Após os vinte primeiro minutos, o tricolor começou a equilibrar a partida e jogar de igual para igual com o Inter. E os jogadores deram sangue pelo Bahia literalmente. Que o digam Paulo Rodrigues e Paulo Robson, vítimas da virilidade da equipe gaúcha.

A raça azul, vermelha e branca era notória. O Bahia lutava por um título que há 30 anos não conquistava e o Inter era um adversário poderosíssimo que não desistiria até o apito final.

Me lembro claramente daquela que considero a maior defesa que vi até hoje (que me desculpe a defesa de Gordon Banks goleiro inglês numa cabeçada mortal de Pelé na Copa de 70 e que é considerada a maior de todos os tempos). 

A defesa de Ronaldo, em cima da linha, na finalização à queima roupa de Luiz Fernando, para mim, é a maior e mais importante de todas!

E Ronaldo ia pegando tudo. Além disso, a marcação do Bahia era muito bem encaixada. Destaque especial para o sempre eficiente e técnico Paulo Rodrigues.

O primeiro tempo acabara e faltavam mais 45 minutos para soltar o grito de campeão. A esta altura um misto de emoções tomava conta de mim: ansiedade, angústia, esperança, certeza de que seríamos campeões...

Os times voltaram para o segundo tempo e eu não conseguia parar de olhar o cronômetro. Àquela altura do jogo Ronaldo ia fazendo mais e mais milagres, o Inter esbarrava em nosso paredão e o torcedor colorado assitia incrédulo a tudo aquilo.

O Inter se jogava desesperado ao ataque e abria espaço para o Bahia. Vem aí mais uma das muitas lembranças que não me saem da cabeça : num destes contra-ataques rápidos Bobô recebe dentro da área e manda uma bomba na trave.

Daí para frente as lágrimas tomaram conta de mim. Não conseguia mais parar de chorar, pois não tinha mais dúvidas que seríamos campeões (o mesmo está acontecendo agora lembrando daquele momento).

O tempo não passava e os poucos minutos que faltavam pareciam uma eternidade. O 0 x 0 permanecia no placar e este era o melhor resultado para aquele time de operários, que jogava um futebol vistoso e que encantou o Brasil. 

Por que digo isso? Porque talvez um gol colocasse na história apenas um heroi. E este time não merecia ser lembrado por apenas um jogador, mas sim por todos que fizeram parte daquele grupo. 

E nada do jogo acabar... até que Dulcídio Wanderley Boschila trila seu apito e põe ponto final na partida.

Depois disso só me lembro de correr desesperado para abraçar meu pai e juntos chorarmos como se não houvesse amanhã!!! Aos doze anos eu via o Bahia se tornar BICAMPEÃO BRASILEIRO!!!

Esta é, até hoje, a maior emoção que o Bahia me proporcionou. E não tenho dúvidas em dizer que este foi um dos dias mais felizes da minha vida (senão o mais feliz).

BORA BAHÊA MINHA PORRA!!!!

 
E você? Lembra deste dia? Onde você estava? Com quem assistiu o jogo? Do que mais lembra naquela final?

5 comentários:

  1. Meu amigo, este seu texto me fez voltar no tempo. No primeiro jogo, eu estava na Fonte Nova, assistindo a virada do Bahia com dois gols de Bobô. Neste, eu estava em casa. Primeiro tempo (até uns 20 minutos) lavando meu Chevette Vermelho, modelo 1980. E o restante assistindo com meu avô Olympio, que também era um tricolor fanático ! Lembro como hoje, a alegria dele ! E BORA BAHEEEEEAAAAAAA !!!!!

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    1. Era essa a intenção!!! Vamos fazer um especial esta semana na fan page sobre este título. Lembranças, jogadores, jogos...na semana passada lembrei deste jogo da Fonte Nova. Eu estava lá e saí chorando do estádio com a possibilidade do título que viria quatro dias depois!!!

      Isso sim era BAHIA!!!!

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  2. Respostas
    1. Valeu Galo. Divulga aí nosso trabalho para emocionar a torcida tricolor!!!

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